Cresce o número de famílias endividadas por conta da pandemia, aponta estudo

Diante das dificuldades mediante ao cenário provocado pela pandemia de coronavírus, muitas famílias brasileiras entraram para o grupo de inadimplentes este ano. As famílias afirmam que não terão condições de lidar com as dívidas por conta da crise e não enxergam uma solução a curto prazo. Os dados sobre o endividamento e a inadimplência das famílias brasileiras foram divulgados em notícias do dia 20 de maio deste ano, após um estudo feito pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo).

Em maio deste ano, cerca de 66,5% das famílias que foram avaliadas pela confederação afirmaram estarem com dívidas em pelo menos um dos produtos financeiros a seguir: cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, empréstimo, carnê de loja, financiamento do carro, financiamento de imóvel ou empréstimo pessoal. A quantidade de famílias endividadas teve um leve recuo em maio deste ano em comparação com o percentual de 66,6% em abril deste ano.

O estudo também observou que houve queda no número de inadimplentes entre os meses de abril e maio deste ano, caindo de 25,3% para 25,1% no período. Um dos motivos seria a maior cautela das famílias em criarem mais dívidas. Já na comparação com o mesmo período do ano passado (24,%), houve alta de 1% no número de inadimplentes.

De acordo com Izis Ferreira, economista da CNC, “o número de inadimplentes não aponta a trajetória explosiva que está por vir devido à pandemia de coronavírus, pelo menos não agora”. A especialista disse que, as medidas de auxílio oferecidas pelo governo federal, possibilitou que algumas famílias beneficiadas mantivessem seus compromissos financeiros em dia. Entretanto, os dados negativos já são estimados e o número de famílias inadimplentes deverá saltar nos próximos meses.

Segundo o estudo, houve um aumento de 9,9% no total de famílias que declararam que não iriam conseguir pagar suas dívidas em atraso no mês de abril deste ano, saltando para 10,6% em maio deste ano. Este é o maior número de famílias que deverão permanecer inadimplentes em um mês de maio desde as primeiras pesquisas realizadas.

O total de famílias que disseram estar muito endividadas também teve um crescimento em maio deste ano, chegando na casa dos 16%, ficando abaixo do percentual histórico de 16,3% alcançados em setembro de 2011.