Os impactos decorrentes da pandemia de covid-19 fizeram a economia dos países afetados entrarem em recessão, como é o caso da Alemanha, que no dia 25 de maio deste ano divulgou ter recuado 2,2% no PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre. As notícias sobre a queda no PIB trimestral da Alemanha foram divulgadas após um levantamento de dados do Departamento Federal de Estatísticas do país.
Essa é a maior queda trimestral no PIB da Alemanha desde 2009. De acordo com o órgão responsável pelo levantamento de dados, houve também uma grande queda de 6,9% nos investimentos realizados no país. O consumo e exportações recuaram 3,2% e 3,1%, respectivamente.
O setor de construção, responsável por 10% do PIB do país, teve um crescimento de 4,1% durante o período e impediu que a queda do PIB fosse maior ainda. Outro fator que impactou no recuo do PIB trimestral alemão foi o aumento de gastos do governo, que subiu 0,2% durante o período, porém, são considerados pontos positivos entre dados negativos.
A queda de 2,2% é a maior em um trimestre desde a crise de 2008 e está entre as maiores quedas já sofridas desde 1990, período da reunificação alemã.
No encerramento do quarto trimestre deste ano, houve uma queda de 0,1%. Os economistas acreditam que uma queda mais agressiva no PIB do país já é esperada por conta da retomada econômica cautelosa adotada. Além disso, os efeitos das medidas de restrição mais severas adotadas durante o mês de março e abril deste ano no país ainda estão gerando seus efeitos.
“Como já era esperado, o desempenho no primeiro trimestre é relativo a duas semanas de interrupção nas atividades econômicas do país e de alguns bloqueios no escoamento junto à Ásia. Não precisa ser nenhum especialista no assunto para estimar uma queda exorbitante no PIB do segundo trimestre. Quando observamos um quadro com mais três semanas de bloqueios e uma retomada lenta e cautelosa da economia por conta do risco do contágio de coronavírus, logo não temos nenhuma expectativa para um cenário que não seja de uma profunda recessão”, diz Carsten Brzeski, economista do Departo Federal de Estatística.